criminalidade

Número de assaltos a taxistas aumenta mais de 200% em julho em Santa Maria

18.386

Foto: Renan Mattos (Diário)
Maioria dos casos têm ocorrido na região norte da cidade
  

O medo tem andado de carona com os taxistas de Santa Maria. A percepção, que é sentida no dia a dia por esses profissionais, dá-se com base em números e em relatos da categoria que, em julho, foi acossada pela ação de criminosos. Na série histórica, medida pela Brigada Militar e Polícia Civil, o levantamento aponta que, em todo o mês, foram sete assaltos.

A efeito de comparação, em igual período no ano passado, se teve apenas dois casos. Ou seja, um aumento de mais de 200%. Mas é possível que a cidade tenha tido ainda mais assaltos a taxistas. De acordo com o Sindicato dos Taxistas de Santa Maria (Sinditáxi), ao longo dos 31 dias de julho, foram 15 ataques. Situação que faz com que o ofício tenha se transformado em uma atividade de apreensão e de receio a cada viagem.

O presidente do Sinditáxi, Marco Fogliarini, está apreensivo pelos colegas de volante que, cada vez mais, estão suscetíveis à ação de bandidos.

- A gente sabe que a nossa profissão traz certo risco. Mas, ultimamente, parece que estamos mais vulneráveis. Tínhamos, até uns dias de julho, 12 casos de assaltos. O que já era muito. Depois, pulou para 15 pelo que soubemos dos próprios colegas. E a bandidagem tem agido, inclusive, em plena luz do dia - conta.

- Só não temos mais casos porque a Brigada Militar tem, sempre que chamada, sido eficiente e nos atendido - acrescenta Fogliarini.

Paulo Difante, 57 anos, está há três na função de taxista e sempre comemorou, de forma contida, nunca ter sido vítima de assalto. Mas, em menos de uma semana, o táxi dele foi alvo da ação de criminosos. No primeiro, em 24 de julho, o assistente dele acabou sendo abordado por uma dupla de homens, por volta das 5h30min, no ponto da esquina da Avenida Borges de Medeiros com a Rua Venâncio Aires. O táxi seguiu até a chamada Linha Velha, região norte da cidade, quando um dos homens pôs uma faca no pescoço do taxista.

Cinco dias depois, a vítima foi Difante. Ele foi abordado por um homem, que estava sozinho, e que pediu para ser levado até a Rua Ernesto Beck. Difante teve um prejuízo total de R$ 2 mil - entre celulares, dinheiro e as chaves do carro que foram roubados.

- Trabalho todo dia às 5h, e não tem como eu deixar de vir nesse horário porque tenho clientes e não posso perdê-los. Agora, é aquilo também, vou deixar de fazer corridas que cheguem aqui. Não vou mais levar ninguém que chegue ao ponto, infelizmente, nesse horário - destaca.

ESTATÍSTICAS
Conforme a polícia, dos sete assaltos de julho, cinco foram à tarde e dois de madrugada. Já os dois casos de julho de 2018 aconteceram à noite. O delegado regional, Sandro Meinerz, diz que, dos sete casos do mês passado, dois já foram esclarecidos. O autor, que está preso na Penitenciária Estadual de Santa Maria, praticou, ao menos, dois assaltos com revólver. Ele já tinha passagens pelo crime.

O primeiro semestre de 2019 teve 12 registros de roubo a taxistas, contra 16 em igual período do ano passado.

BM irá intensificar ações com abordagem de veículos
O delegado regional, Sandro Meinerz, adianta que, dos sete assaltos deste mês, a maioria aconteceu na região norte da cidade. Quase sempre o assaltante age sozinho ou, no máximo, ao lado de mais um criminoso. E a abordagem ocorre na rua, quando o taxista está em deslocamento. Mas ainda há casos em que o bandido aguarda no ponto do táxi.

- O taxista é abordado no ponto (do táxi) ou quando está em deslocamento. E são feitos trajetos curtos de, no máximo, cinco a 10 minutos. Em regra, o criminoso usa arma branca, como uma faca. Mas há casos de revólveres. Aí, ao fim do trajeto, o assaltante, em tese, imobiliza a vítima. Eles descartam a chave do carro e cortam o sinal de rádio para evitar comunicação do taxista com a central - revela o delegado.

REGISTRO
Do lado da Brigada Militar, o comandante do 1ª RPMon, tenente-coronel Erivelto Hernandes Rodrigues, afirma que o mês de agosto terá uma maior abordagem junto ao táxis e em determinados itinerários previamente definidos.

- Vamos intensificar essas abordagens de táxis e, assim, identificar os passageiros para ver se, porventura, há algum armado ou em atitude suspeita. Obviamente que (em julho) foi um mês atípico. Mas também nada muito fora da realidade de uma cidade com 300 mil habitantes - informa.

Tanto Meinerz quando Hernandes falam da necessidade de que os taxistas assaltados registrem ocorrência policial. Meinerz exemplifica que se trata de uma precaução e de uma segurança ao próprio taxista:

- Imagina que um eventual crime aconteça e, nesta cena do crime, se ache um celular roubado. E que esse aparelho seja de um taxista. Se ele não tiver feito uma ocorrência, que comprove o roubo, ele (taxista) passa a ser suspeito - alerta o delegado regional.

Hernandes vai na mesma linha e complementa ao dizer que "ao não se registrar uma ocorrência policial, (o taxista) parece não querer uma investigação".  

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Incêndio atinge lancheria em Camobi, e vizinhos ajudam a controlar fogo Anterior

Incêndio atinge lancheria em Camobi, e vizinhos ajudam a controlar fogo

Primeira noite dos calouros é tranquila na Praça Saturnino de Brito Próximo

Primeira noite dos calouros é tranquila na Praça Saturnino de Brito

Polícia/Segurança